Resenha: Filme 300 (Zack Snyder) - Parte 01


Salve, pessoal! A primeira resenha do Recanto de Calíope será sobre um filme que a maioria de vocês provavelmente já assistiu. Então, por que fazer a resenha? Para ressaltar alguns aspectos da obra que podem passar despercebidos num olhar inicial. Como ando muito atrasada em relação a certos lançamentos do cinema, só fui assistir a este filme alguns dias atrás. Agora, após uma análise histórica da obra, trago-lhes a resenha de... 300!
“Spartans never retreat! Spartans never surrender! Go spread the word. Let every Greek assembled know the truth of this. Let each among them search his own soul. And while you're at it, search your own.
Rei Leônidas

Em 480 antes de Cristo, durante a famosa batalha de Thermopylae, o rei de Esparta, Leônidas (Gerard Butler), lidera seu exército contra o avanço dos Persas, comandados por Xerxes (Rodrigo Santoro). Na História, a batalha ficou marcada por ter inspirado toda a Grécia a se unir, o que ajudou a solidificar o conceito de democracia que se conhece hoje. Adaptação dos quadrinhos criados por Frank Miller.



Informações Técnicas

  • Título no Brasil:  300
  • Título original: 300
  • País de origem: EUA
  • Gênero: Ação 
  • Classificação etária: 16 anos
  • Tempo de duração: 117 minutos
  • Ano de lançamento:  2007
  • Estúdio/distrib.:  Warner Bros.
  • Direção: Zack Snyder

* * * * *

Bem, estou nervosa. É a primeira vez que resenho um filme e escolhi logo 300! Se fosse outro filme, talvez não me sentisse assim. Isso se dá em razão de que, para analisar a obra de Zack Snyder, não poderia dizer simplesmente o que gostei e o que não. Fiz questão de pesquisar a história que é retratada. A seguir, ressaltarei pontos importantes sobre a batalha mostrada no filme. 

Primeiramente, 300 baseia-se numa história real, caso alguém não saiba. Nele, é retratada a Batalha das Termópilas, conflito envolvendo gregos e persas, que se deu no século 480 a.C. Essa batalha compõe um conjunto de embates conhecido como Guerras Médicas ou Guerras Greco-Persas. As batalhas travadas durante as Guerras Médicas são, em ordem: Maratona, Termópilas, Salamina e Plateia. 

Cada um desses conflitos é bastante interessante, contudo deixo a descrição dos mesmos para posts futuros. O que nos interessa agora é que, de maneira geral, os conflitos eram entre gregos e persas, e que o final da batalha de Maratona é marcado pela vitória dos atenienses (gregos) sobre os persas. Bem, os persas comandavam um império imenso e poderoso, logo podemos concluir que não saíram muito felizes da derrota em Maratona. 

Foi uma questão de tempo e oportunidade para que Xerxes, rei persa, tornasse a tentar invadir a Grécia. Os gregos estavam em apuros. Ao contrário de Roma e da Pérsia, a Grécia nunca conseguiu formar um império, visto que era dividida em cidades-Estado, as quais tinham bastante autonomia. Não havia um “exército grego” bem definido. Em tempos de guerra, algumas cidades-Estado uniam forças contra o inimigo comum. Quando não estavam em guerra com estrangeiros, essas cidades costumavam brigar entre si. Em oposição ao fragmentado exército grego, estava o numeroso agrupamento persa, constituído de persas e outros povos dominados. 

O filme 300 retrata a autonomia das cidades gregas e, principalmente, a grande rivalidade existente entre Atenas e Esparta.
“See, rumor has it the Athenians have already turned you down, and if those philosophers and, uh, boy-lovers have found that kind of nerve, then...”
A frase acima, dita pelo rei espartano Leônidas ao mensageiro persa, tem o sentido próximo a “Veja, há rumores de que os atenienses já recusaram sua oferta [de rendição]; e, se aqueles filósofos e, uh, amantes de garotos [interpretem como quiserem] tiveram essa coragem, então...”. Ou seja, os atenienses eram os pensadores e filósofos. Sua educação trabalhava o corpo e a mente igualmente. Já a espartana...











Os espartanos eram os guerreiros de elite da Grécia Antiga. O título não vinha fácil. Ao nascer, todos os meninos de Esparta eram examinados por enviados do governo. Se apresentassem alguma falha genética, doença ou qualquer indício de fraqueza, eram jogados de um precipício, sem mais. No filme 300, vemos isso na cena em que Leônidas, recém-nascido, é segurado à beira de um penhasco. Fico pensando o que seria do legado grego atualmente se o futuro rei espartano tivesse sigo jogado para a morte...

Isso era só o começo. Após sobreviver a esse teste, o menino tinha pouco tempo para viver com sua família. Por volta dos sete anos, era levado para ser treinado como guerreiro perfeito. Nos treinamentos, aprendia a matar ou morrer, a não demonstrar sentimentos, a nunca recuar numa batalha. Havia muitos testes. Num deles, duas crianças eram açoitadas até que uma desmaiasse, enquanto seus pais assistiam e gritavam para o filho não fraquejar. Em outro, o jovem espartano deveria roubar comida sem ser pego. Se fosse pego, era severamente punido. Isso é bem retratado no filme. 

Muitos garotos morriam nos treinamentos. Os que chegavam ao fim vivos, ganhavam armas e adentravam o exército. Era uma grande honra. Agora sim, eles eram espartanos de verdade.

E quanto à mulher? Ao contrário das demais localidades do mundo, inclusive a filosófica e democrática Atenas, a mulher – nas palavras de meu professor de história –  tinha vez e voz em Esparta. Não era igual ao homem, porém era ouvida e respeitada. Isso se deve ao fato de que as fortes mulheres espartanas eram responsáveis por dar à luz futuros guerreiros. Elas também se exercitavam, embora não com o rigor dos homens. 

Em 300, esse cenário é ilustrado diversas vezes. A seguir, um diálogo entre o mensageiro persa e a rainha espartana.  
“What makes this woman think she can speak among men?” 
“Because only Spartan women give birth to real men.”
 
Traduzindo, temos: “O que faz esta mulher pensar que ela pode falar entre homens?”, ao que a rainha responde: “Porque somente mulheres espartanas dão à luz homens de verdade”. 

Para finalizar, deparamo-nos novamente com o valor guerreiro da sociedade espartana na seguinte passagem, entre a rainha e Leônidas: 
“Spartan!”  
“Yes, my lady?”
 
“Come back with your shield, or on it.”
 

“Yes, my lady.”
 
Ao dizer “Volte com seu escudo, ou nele”, a rainha mostra como a mulher espartana deveria ser forte, bem como a honra daquele povo em ser guerreiro. 

Fontes utilizadas: Wikipédia, Interfilmes, IMDB, meu professor de história.

Tenho consciência de que isto está grande demais para ser uma resenha, mas tinha de incluir o contexto histórico. E, pior, ainda não terminei. Por isso, aguardem a parte dois deste post, com o final da resenha e minha nota para o filme. Enquanto isso, comentem! O que estão achando? Que filme querem ver resenhado?

3 comentários:

  1. Fátima; muito bom. Apenas tenha em mente que a realidade é sempre menos romantica e ideal, do que o ... hummm...anhh... o Romance Ideal :>).

    Algo que noto em vc, nos seus textos, é um certo medo de desagradar, de parecer arrogante, um escrever se desculpando, se auto-censurando, se auto-podando. Um medo de de te julgarem arrogante, metida.
    De boa, escreva mais solta, menos preocupada com o que os outros irão pensar, achar, julgar, deduzir. Se irão te aprovar, ou repudiar. Se irão te seguir, ou te alijar. Sempre agradaremos uns poucos, e desagradaremos uns muitos :>).
    Busque ser autentica, sincera, escrever o que realmente pensa, sente. Obvio, não busque ser agressiva ou ofensiva, ou gratuitamente do contra; intencionalmente perniciosa, do mal.
    Mas, escreva o que vc, Fatima pensa, quer. E não o que vc, acha que os outros querem, gostam, somente. Nada contra agradar os outros. mas agrade a si mesma também.
    Claro, busque, obviamente, não falar besteira, inverdades, repetir sem pesquisar a veracidade.
    Embora seja impossivel, não errar, sempre. Pesquise, busque opiniões divergentes sobre os temas, e tente ser a mais fidedigna, possível a verdade.
    Ah! e tente também escrever de forma agradável, prazeirosa de se ler (não que seus textos, nao sejam. O contrario desse comentário, né :>)... Enfim; é só minha impressão. Posso tá falando besteira.
    Sucesso para vc (para nós todos, né!?)

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  2. Ah! um filme que gostaria que vc resenhasse/criticasse (alías, gosto de ouvir a opinião de todos, sobre esse filme):

    "Laranja Mecânica (A Clockwork Orange - 1971, de Stanley Kubrick)"

    Se ainda não viu (O QUE!!??? Ainda não viu Laranja Mecanica!!!???); veja urgente :>)...
    Em minha opinião, um dos (senão o melhor) melhor filme de todos os tempos.
    Busque ver uma versão com a melhor qualidade de imagem possível (blu-ray de preferencia); pois o espetaculo visual (e sonoro, tbm) desse filme é uma coisa de não querer piscar.
    Bem, já deu pra notar, que sou fã(natico), por esse filme; né!? :>)...

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  3. Olá, William! Críticas construtivas, que bom!

    Com relação ao Romance Ideal, confesso que tenho minhas quedas por ele. Agora esta primeira parte da resenha é mais didática, dedicada a falar sobre o contexto, sem ser tão subjetiva. A segunda parte é que trará minha opinião e as críticas (que, assim como os elogios, não são exatamente poucas). É na segunda parte que rompo com a sociedade espartana ideal e mostro mais como as coisas realmente eram.

    É, realmente tento agradar a todos. E nunca consigo, claro! Tentarei me soltar mais nos textos.

    Com relação à escrita, como seria um escrever mais agradável, exatamente? Algo mais breve, informal?

    E não, não vi Laranja Mecânica ainda (devo ser um dos poucos seres humanos que não o fez). Vou alugá-lo e ver o que acho. :)

    Obrigada pelos comentários. Desculpe-me a demora para responder!

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