Resenha: Como Romeu e Julieta - Nina Auras

Olá, pessoal! 

Trago-lhes a primeira resenha literária de 2012. O livro? Como Romeu e Julieta, da Nina Auras. A Nina, como já disse, é um amor de pessoa. Foi a primeira escritora entrevistada pelo Recanto de Calíope e ainda fez a gentileza de mandar um exemplar do livro dela para mim. Portanto, em troca, comprometo-me a fazer a resenha mais imparcial e justa que puder. Elogios e críticas não serão poupados. 

Nada é impossível. Gostar e não ficar junto para sempre não é doído, e sim simples. Oliver se livrar da doença é possível. Foi a sensação que me deu, naquele momento, e não sei bem por quê. Simplesmente a tive, ela arrebatou-me e resolveu que não me largaria tão cedo. Acho que é porque ele estava ali, bom, era meio impossível. Quantos além dele haviam escapado? Como havia conseguido tal façanha?
Como Romeu e Julieta, p. 62. 


Informações

Título: Como Romeu e Julieta 
Título original: Como Romeu e Julieta 
Autora: Nina Auras 
Gênero: Ficção brasileira, romance 
Editora: Novo Século 
Edição: 1ª ed. 
Ano de publicação: 2011 
Páginas: 200 p.
Sinopse: Na Cracóvia, Polônia, de 1944, o medo se alastrava como fogo no álcool. Em 7 de outubro, os Sonderkommandos judeus (prisioneiros que haviam sido selecionados para trabalhar como “operários” nas câmaras de gás) organizaram uma revolta no Campo de Concentração Auschwitz-Birkenau. Os 250 prisioneiros revoltosos foram capturados e imediatamente executados. Mas Adam, um dos revoltosos, conseguiu fugir. Ele acabou encontrando a ajuda que precisava em Julia Leinster, uma jovem filha de um comerciante cercada de dúvidas, problemas e doenças que o encontra no meio da noite e o abriga em segredo. Só que acho que todos sabemos que segredos não duram para sempre...

* * * * *

Confesso que fiquei muito intrigada com a sinopse de Como Romeu e Julieta. Imaginei vários caminhos pelos quais a narrativa poderia seguir, construí os personagens na minha mente enquanto aguardava o livro chegar, pensei no desfecho... só para descobrir que nem me aproximei de acertar. 

Como o nome da obra indica, temos, de certa forma, uma releitura do clássico Romeu e Julieta, de Shakespeare. Julia é a moça de boa família, a filha responsável e prestativa que, no fundo, todas as mães sonham ter (nossa Julieta). Ela possui dois irmãos: Ester e o pequeno Oliver. Ester tem um caráter mais rebelde e vive entrando em conflito com a mãe – uma pessoa orgulhosa e instável. Oliver é pouco ativo, uma vez que adoece com frequência.

Julia já está repleta de preocupações e ansiedades normais da idade e da época em que vive – algumas não tão normais , quando, ao abrir a porta de casa numa noite qualquer, depara-se com um estranho rapaz, totalmente desgrenhado e ensanguentado. 

O instinto da jovem diz que ele representa perigo. Sua bondade, porém, fala mais alto. Ela acolhe o rapaz e, mesmo descobrindo que ele é perseguido por sua condição de judeu, esconde-o do restante da família e cuida dele. Logo descobre que o judeu se chama Adam e tem muitos segredos.

Adam é nosso Romeu. Apesar da vida sofrida que levou, o personagem conserva sua humildade e gentileza. É quase impossível não se apaixonar pela suavidade de seus gestos e o triste passado que o persegue. 

É interessante perceber a evolução dos personagens. Inicialmente em condição defensiva, Adam logo recupera a determinação. Chega um ponto do livro em que é ele quem consola Julia, e não o contrário. Juntos, os jovens descobrem um sentimento puro e belo, que ganha forças em meio à guerra e ao horror. 

Bem, esta é a parte em que me faltam as palavras certas. Quando li a sinopse da obra pela primeira vez, fiquei apreensiva de me deparar com mais um romance clichê – você sabe: mocinha indefesa, homem perfeito e inatingível, amor impossível. Não nego que alguns desses ingredientes estão presentes em Como Romeu e Julieta. Mas a abordagem da Nina é tão inovadora e profunda que as coisas tomam dimensões muito mais significativas. 

Para começar, o formato da história é diferente. Nele, temos duas narrativas acontecendo em paralelo: uma no presente, em terceira pessoa – quando uma menina descobre o diário de Julia – e outra no passado, em primeira pessoa – quando somos remetidos aos acontecimentos narrados no diário pela própria Julia. As passagens do diário estão em itálico. 

Além disso, devo comentar que adorei a capa, a estrutura do livro (vocês terão de ler para entender melhor) e a escrita da Nina. Seria perfeitamente justificável que encontrássemos uma história com traços de imaturidade e inexperiência, afinal a Nina só tem catorze anos! Todavia, deparamo-nos com passagens bem formadas e envolventes. Uma escrita que alegra, entristece, gera reflexão. Ora lírica, ora aterradoramente realista. Alguns trechos chegaram a tocar profundamente a quase sem coração que não chorou com a morte de Dumbledore que lhes escreve.

Com relação aos aspectos negativos, aponto alguns desvios de digitação (pouquíssimos) e a quantidade de páginas (mal comecei a ler, já estava no fim do livro. Fiquei querendo mais). Nina Auras, como você pode terminar a obra tão cedo? Já estou com saudades dos personagens!

Ademais, ressalto que a leitura é bastante agradável. Não, é mais: é incrível! Já tinha a Nina em alto conceito, então... Sério, leiam! Recomendo demais. Quem não gostar, pode vir tirar satisfação comigo.

Avaliação★★★★★


Muito obrigada pela oportunidade de ler sua obra, Nina. Já posso dizer para todos que tenho o autógrafo da futura grande revelação brasileira. Sou muito grata pela chance de ser uma das primeiras a ler e resenhar seu romance. Beijos!

10 comentários:

  1. Nossa,o livro é tudo isso mesmo???Estou morrendo de vontade de conferir tudo isso.
    Tudo no livro me agrada,a capa é linda e a sinopse me encanta.Adorei a resenha e espero lê-lo em breve.
    Bjs!
    Zilda Mara
    Cachola Literária

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  2. Nossa, amei a resenha, você escreveu super bem e eu fiquei hiper curiosa.
    Bjos

    Jack
    www.mybooklit.blogspot.com

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  3. Nossa, eu só posso agradecer por ser tão doce e tão linda. Por ter feito uma resenha tão incrível que me pôs em um estado de alegria perpétua haha. Como diz meu amigo, pulei como se não houvesse amanhã qqq-. Sério, fiquei muito emocionada, comovida, alegre, tudo junto. Obrigada, Fátima!

    Amor,
    Nina!

    Obs: Se quiser publicar a resenha no skoob, eu deixo sim HISAAHSIOJ

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  4. Mesmo não sendo um de meus estilos literários favoritos, parece ser um bom livro! Quem sabe um dia eu leia! =P

    Abração!
    Paty Algayer
    http://www.magicaliteraria.com/

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  5. QUE LINDO!
    Ela só tem 14 aninhos? *-*
    Gente, adorei tua resenha! Essa capa é mega linda...
    Fiquei morrendo de vontade de ler!

    :*
    Mi
    Inteiramente Diva

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  6. Também já li o livro.
    Gostei bastante dos recursos narrativos que a Nina usou para nos capturar.
    Ela promete!
    Parabéns, Fátima, por esse blog fantástico!
    abraço,
    Sílvia
    São Paulo SP

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  7. Fátima, que delícia ler uma resenha tão bem escrita e tão bem fundamentada nos seus argumentos para opinar sobre a obra!
    O livro me deixou bastante curiosa por ter como pano de fundo a época dos campos de concentração!
    Parabéns também para a Nina que, tão novinha, já vem se mostrando como uma promessa da literatura brasileira! Dá gosto de ver!! =)

    beijão!!

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  8. Oi, Fátima! Parece o tipo de livro q eu gosto! Vou colocar na listinha de meus desejados! =0)
    Bjo.

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  9. Uau! Estou impressionada com a sua resenha. E pelo livro também, claro. Pelo que você falou o livro deve ser legal, e a garota só tem 14 anos. Parabéns para a Nina pelo livro e a você pela resenha.
    Beijos,
    Monise Gabriely.
    http://monisegabriely.blogspot.com/

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  10. 5 estrelas pra Nina! Sem mais, amei o livro!

    Beijos,
    Marcella Jordanna - Letras de Chá
    www.letrasdecha.com.br

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