Salve,
leitores(as)! É com grande emoção que lanço a coluna Entrevista
com o Autor do Recanto de Calíope! Este campo do blog tem como
intuito aproximá-los de seus autores brasileiros favoritos – se
algum estrangeiro topar, estou dentro também – e apresentá-los a
algumas figuras promissoras no cenário literário nacional.
A
primeira entrevista da coluna é três vezes especial para mim:
primeiramente, porque dá início a uma nova fase no blog (vocês
terão mais notícias a respeito depois); em seguida, porque marca o
aniversário de uma semana do Recanto (uma semana de conteúdo,
amizade e muita alegria); por último, mas de forma alguma menos
importante, porque a entrevistada é uma pessoa que conheço há
pouco tempo, mas que já se tornou muito especial para minha pessoa.
Com vocês, a autora do próximo sucesso literário nacional, Nina
Auras!
“Nina diz que tem a pele cor de neve / E dois olhos negros como o breu / Nina diz que, embora nova / Por amores já chorou que nem viúva / Mas acabou, esqueceu. (...) Nina diz que fez meu mapa / E no céu o meu destino rapta / O seu”
Chico Buarque
Nina
Auras, catorze anos, adoraria ser misteriosa e encantadora como a
Nina de Chico. Mas ela é apenas a Nina vivida. Uma Nina que ama dias
de chuva, o barulho do vento na janela do seu quarto, o frio, ler
livros debaixo do cobertor, chocolates quentes e sair com os amigos
quando faz sol. Uma Nina que pratica sotaque britânico enquanto lê
seu livro predileto, O Morro dos Ventos Uivantes, que fica
cantarolando Caetano Veloso pelos cantos, e que, na sua imaginação,
é tão íntima de José Saramago que até o chama de Tio Zezé. Uma
Nina, menina meio perdida, apaixonada, redundante, catarinense e que
mora em Florianópolis. Uma Nina que está tentando se descrever, e
não sabe como – prazer.
Entrevista
Primeira
parte: A ideia
01.
Todo autor tem alguma história para contar quando questionado sobre
o surgimento da ideia para sua obra. Alguns tiveram sonhos, outros
foram “iluminados” em momentos totalmente inesperados. Como
surgiu a ideia para “Como Romeu e Julieta”?
Haha, bom, garanto que o surgimento da ideia do meu livro foi totalmente
inesperado, mas não “iluminado” e nem veio – na maior parte
das vezes – sob a forma de sonho. O que acontece é o que, imagino,
acontece com muitas outras pessoas do mundo: de repente, nasce. Eu
estava na minha primeira aula de cinema, e a professora (a querida da
Denise, que tem um blog também: http://habeassensu.blogspot.com
marketing time) espalhou fotos pela sala e pediu para escolhermos uma
e escrevermos um roteiro baseado nela. A minha era de uma rua toda
coberta de neve, e uma marcha de pessoas todas acasacadas; em
primeiro plano, uma mulher de capote entre dois homens. A ideia
surgiu no mesmo momento em que a vi.
02.
Você se inspirou em algum escritor e/ou obra para escrever seu
livro? Quem/qual?
Inconscientemente,
penso que sim, especialmente Emily Brontë, Anne Frank, Markus Zusak
– até porque não dá pra escrever uma estória situada em um
período histórico sem ler muito e pesquisar muito, e muitas vezes
algumas situações ficam presas na cabeça e acabam passando pro
papel.
03.
O livro é ambientado na Cracóvia (Polônia) de 1944, em meio à
Segunda Guerra Mundial. O que a levou a optar por esse local e
período histórico? Já tinha conhecimentos prévios sobre ambos?
Cracóvia
foi escolhida totalmente ao acaso; nas primeiras versões, o livro se
passava em Berlim, e não dava muito nada certo. Depois, eu assisti a
alguns filmes, li livros e percebi o quão importante a cidade foi
durante a ocupação alemã da Polônia e a mantive. Quanto ao
período histórico, sempre me fascinou (não de um modo bom, que
fique claro) a loucura que foi e como o ser humano é capaz de tanta
crueldade. É verdade que eu tenho um estômago bem fraco pra essas
coisas, mas a importância que ele tem sobressai-se a isso. Eu não
planejava publicar “Como Romeu e Julieta”, e eu tinha só doze
anos quando comecei a escrever, por isso digo: foi pura epifania. A
ideia me veio e me veio na Segunda Guerra, talvez por culpa de “O
Diário de Anne Frank”, e não houve nada que eu pudesse fazer.
* * * * *
Segunda
parte: O livro
04.
Como foi o processo de escrita da obra? O que achou mais difícil? O
que mais lhe agradou?
Vivido.
Sabe, tudo foi difícil e tudo foi fácil. Agradável na maior parte
do tempo. Mas a verdade é que foi, como tudo relacionado a ele,
inesperado. Às vezes eu virava noites escrevendo, às vezes eu me
perguntava o que diabos tinha nas entrelinhas daquele livro (porque,
pelo menos para mim, as entrelinhas do livro são parte essencial da
estória), às vezes eu mudava drasticamente tudo, às vezes (ou
sempre haha) eu ficava parecendo uma maluquinha. E tudo isso foi
muito bom. Foi como abrir minha alma.
05.
Fale um pouco sobre os personagens (de quais gostou, quais odiou, se
algum foi inspirado em alguém de seu convívio pessoal).
Ai
meu Deus HIOHASIOJ. Isso é complicado. Bom, nenhum deles é baseado
em alguém do meu convívio, mas todos têm um pouco de mim, em
contramão. Eu gostei e desgostei deles ao mesmo tempo. Meu romance
não tinha um vilão propriamente (até porque eu sou a maior
puxa-saco dos vilões, admito), com exceção, é claro, dos próprios
seres humanos, e os mocinhos não exatamente me cativaram o
suficiente para serem meus favoritos. Esse posto pertence ao amigo da
Julia, Theodor. Ele é (um dito) mulherengo, fofo e tenta fazer piada
de tudo – quase nunca obtendo sucesso, é.
06.
Teve dificuldades para publicar sua obra?
Nenhuma,
pra ser sincera, haha. Eu nunca tinha pensado em publicar, mas aí a
linda da Carol Hermanas (do http://thesoulofheart.blogspot.com
marketing, oi) me disse que eu devia e me incitou muito – pra não
dizer encheu o saco porque eu amo ela e porque ela me mataria, haha.
Então eu tentei a sorte com a editora “Novo Século”, e um dia
depois eles mandaram um e-mail dizendo que estavam interessados.
Então, eu sei que isso não é muito empolgante, mas foi realmente
sem complicações! :D
07.
“Como Romeu e Julieta” é uma série? Devemos esperar por uma
continuação?
Não,
haha. É um livro com final subjetivo, e prefiro que fique assim. (:
* * * * *
Terceira
parte: A autora
08. Meu Deus, você só tem 14 anos! Como está sendo a experiência de escrever um livro e vê-lo publicado tão cedo?
Ah, HIOASHASIOASHIOJ. Assustadora demais! Essa semana é o lançamento, e
eu até passei mal (meu emocional não ajuda)! Eu tenho tanto medo
que às vezes me pergunto por que resolvi publicar: medo de que as
pessoas não gostem, de que achem que eu não devia ter publicado
algo sendo tão imatura, que... O escambau! E, ao mesmo tempo, tão
boa e realizadora – é o meu maior sonho! Eu quero ser escritora
desde que tinha seis anos, então é de chorar, pular a noite toda,
gritar até perder a voz, sei lá. Mas eu juro que tento ser discreta
HAHAHAHA.
09.
Foi difícil conciliar a escola e a escrita do livro?
Na
verdade, não – eu (provavelmente muito indevidamente) sempre dei
preferência ao que escrevia e isso era pra ser um segredo. Um dia,
eu tinha prova no dia seguinte e não conseguia estudar até terminar
uma cena. Mas, mesmo assim, nunca fui mal, então acho que está tudo
bem.
10.
Até que ponto seu gosto pela leitura foi importante no
desenvolvimento de “Como Romeu e Julieta”?
Huuum,
até o infinito haha. Com a leitura vem o vocabulário, (alguma)
criatividade, a maturidade, a ideia de que seu texto pode precisar de
melhorias, entre muitas outras coisas importantes. Além do que ela
relaxa e é uma das coisas mais doces que se pode fazer no tempo
livre. :3
11.
Fale-nos um pouco mais sobre você (o que gosta de fazer, o que não
gosta, quais seus livros, filmes e músicas favoritos...).
Ã,
oooi gente. (: Eu sou a Nina e – embora não pareça – eu sei ser
bem tímida quando é pra falar de mim, então... Ér... Eu não sei
o que dizer HOISAIOASJ. Bom, eu gosto de ver filmes (ainda mais se são
antigos), ler livros (ainda mais se são antigos hahaha), de dançar
na chuva... Mas odeio dançar na frente de outras pessoas. Gosto de
ouvir o barulho do vento contra a minha janela, de sair com os
amigos, de ir ao cinema. Não gosto quando tem sol demais, prefiro o
inverno, e às vezes gosto de ficar sozinha.
Pode-se dizer que eu sou
meio solitária, sim; é que eu sou desengonçada e nunca sei o que
falar. De escrever, nem vou falar, porque não é algo de que eu
gosto, é algo que eu necessito e que me mantém. Meu livro favorito
é “O Morro dos Ventos Uivantes”, da Emily Brontë, e eu odeio
aquela capa que reduz essa maravilha ao “livro favorito de Edward e
Bella de Crepúsculo”. Heresia. Sou (ór)fã de José Saramago, meu
mentor e escritor favorito, e meu filme predileto é “O Paciente
Inglês”, com o Ralph Fiennes ele merecia o Oscar, gr. Quanto à música, escuto de tudo, menos pagode e funk; amo Caetano Veloso
(lindo) e Green Day. E, ér, eu não sei ser breve HIOASHSIAOJ. Oi,
pessoas. :3
12.
Atualmente, muitos adolescentes sonham em publicar livros, todavia
enfrentam dificuldades impostas por sua idade. Gostaria de deixar uma
mensagem para eles?
Leiam
muito, escrevam muito e (coisa que eu também preciso fazer)
amadureçam. Não importa a sua idade “vivida” (a não ser que
você queira mandar o livro para a Ed. Underworld, que só aceita
maiores de dezoito a partir de 2012), se a sua idade mental e sua
escrita forem amadurecidas o suficiente. E não desistam.
* * * * *
Pois
é. Particularmente, acho a Nina uma ótima pessoa e estou louca para
ler o livro dela. Como já havia comentado, ela realiza meu sonho de
publicar um livro antes do Ensino Médio. Para mais informações
sobre ela, acesse seu blog, o Palavras ao Vento. Para saber mais sobre Como Romeu e Julieta, visite o
site da editora. Fiquem ligados, pois em questão de dias a obra será
lançada!
Não
deixem de conferir o resumo de Como Romeu e Julieta. O livro já está
na minha lista de leitura deste mês! ;)
Ah, fico feliz pela Nina, apesar de conhecê-la há exatos poucos minutos, com a leitura da entrevista! Um livro lançado - que sensação ela não deve estar sentindo! Espero algum dia poder eu mesma saber. Muito legal, Fah, quero mais entrevistas! :D
ResponderExcluirMeu deus! Que demais, não sabia da metade da entrevista sobre você Nina!Ah, e pode contar comigo na estréia do seu livro dia 9!Estarei lá!
ResponderExcluirLuisa Pereira
Se eu morasse mais perto, estaria na estreia também. Que pena que não moro. :/
ResponderExcluirQuanto às entrevistas, pode deixar, Mah! Já existe outra em andamento. :)
Po a melhor escritora que ja vi
ResponderExcluirOwwwwn Luisa linda, vai sim *-* Que saudades! E anônimo... Joana?
ResponderExcluirSem querer ser chata mais sendo... a Nina é a minha lindafofaamigaperfeirta que eu amo demaisssssss da conta UIDHSIUAHUIDHAUI enfim, como não se apaixonar por Romeu e Julieta né?
ResponderExcluirBeijos,
Marcella Jordanna - Letras de Chá
www.letrasdecha.com.br